As mulheres lavradoras e os agrotóxicos no cotidiano da agricultura familiar
Palavras-chave:
Mulheres trabalhadoras. Agricultura familiar. Exposição a praguicidas. Toxicidade. Saúde da mulherResumo
Considerando a invisibilidade do trabalho feminino no cenário da agricultura familiar, este trabalho tem como objetivo descrever e analisar a relação da mulher com os agrotóxicos no processo de trabalho. Esta pesquisa qualitativa foi realizada com agricultoras familiares de São Miguel Arcanjo/SP, e tem como material de análise o conteúdo das entrevistas com as quatorze mulheres agricultoras, segundo adaptação dos conceitos de Bardin. Os conteúdos das falas das entrevistadas foram organizados e delineados em duas categorias analisadas no corpo deste trabalho. Foi possível inferir que a mulher desempenha atributos historicamente designados à figura masculina, como as práticas do capinar, da colheita e da manipulação de agrotóxico, embora desprovida do direito a acesso à informação e orientação necessários para o desempenho do seu labor com segurança. A prática do agronegócio adentra as propriedades familiares, pautada na produção dependente de agrotóxicos, e é relatada por elas de maneira não naturalizada. Identificam os agrotóxicos como venenos, que estão contaminando a si, os alimentos e o habitat de todos os seres vivos. No mais, as Lavradoras transportam-se para além do cercado do quintal. Reivindicam o reconhecimento da sua profissão, exercendo seus lugares de fala com a dignidade que o agropatriarcado insiste em lhes negar.
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