As mulheres lavradoras e os agrotóxicos no cotidiano da agricultura familiar

Autores/as

  • Amália Oliveira Carvalho Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
  • Herling Gregorio Aguilar Alonzo Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) https://orcid.org/0000-0002-3366-0983

Palabras clave:

Mulheres trabalhadoras. Agricultura familiar. Exposição a praguicidas. Toxicidade. Saúde da mulher

Resumen

Considerando a invisibilidade do trabalho feminino no cenário da agricultura familiar, este trabalho tem como objetivo descrever e analisar a relação da mulher com os agrotóxicos no processo de trabalho. Esta pesquisa qualitativa foi realizada com agricultoras familiares de São Miguel Arcanjo/SP, e tem como material de análise o conteúdo das entrevistas com as quatorze mulheres agricultoras, segundo adaptação dos conceitos de Bardin. Os conteúdos das falas das entrevistadas foram organizados e delineados em duas categorias analisadas no corpo deste trabalho. Foi possível inferir que a mulher desempenha atributos historicamente designados à figura masculina, como as práticas do capinar, da colheita e da manipulação de agrotóxico, embora desprovida do direito a acesso à informação e orientação necessários para o desempenho do seu labor com segurança. A prática do agronegócio adentra as propriedades familiares, pautada na produção dependente de agrotóxicos, e é relatada por elas de maneira não naturalizada. Identificam os agrotóxicos como venenos, que estão contaminando a si, os alimentos e o habitat de todos os seres vivos.  No mais, as Lavradoras transportam-se para além do cercado do quintal. Reivindicam o reconhecimento da sua profissão, exercendo seus lugares de fala com a dignidade que o agropatriarcado insiste em lhes negar.

Publicado

2022-07-04

Cómo citar

1.
Carvalho AO, Alonzo HGA. As mulheres lavradoras e os agrotóxicos no cotidiano da agricultura familiar. Saúde debate [Internet]. 4 de julio de 2022 [citado 22 de diciembre de 2024];46(especial 2 jun):89-101. Disponible en: https://saudeemdebate.emnuvens.com.br/sed/article/view/4624