Saúde, luta de classes e o ‘fantasma’ da Reforma Sanitária Brasileira: apontamentos para sua história e crítica

Autores

Palavras-chave:

Reforma dos serviços de saúde. Política pública. Sistema Único de Saúde.

Resumo

O processo político da moderna Reforma Sanitária Brasileira convive, desde o seu nascedouro, nos anos  1970, com um espectro que o atormenta: o chamado  ‘fantasma da classe ausente’, que pretende designar a pouca participação das massas populares nas lutas e  reivindicações pela saúde. A experiência de  participação popular do processo italiano de reforma  sanitária foi a referência dos sanitaristas brasileiros, a  partir da qual o estranhamento com o caso brasileiro  se produziu. A história do fenômeno, no entanto,  como se demonstrou, inscreve-se nos dilemas  experimentados pelo conjunto da classe trabalhadora  no Brasil, em franco processo de transição estratégica, no mesmo período, e se deve também às opções  táticas assumidas pelos sanitaristas para a consecução dos objetivos políticos do movimento sanitário.  Conclui-se que o recuo organizativo e combativo da  classe é parte da derrota histórica sofrida com a  derrocada do bloco socialista, na virada dos anos  1980. Sua superação só poderá ser operada pela  retomada da construção da luta pela base,  atravessando fronteiras setoriais e rompendo com a  fetichização do Estado, como meio para a  emancipação plena dos trabalhadores, e da ordem  ‘democrática’ burguesa, como terreno ‘legítimo’ da  luta política.

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Publicado

2023-05-31

Como Citar

1.
Dantas AV. Saúde, luta de classes e o ‘fantasma’ da Reforma Sanitária Brasileira: apontamentos para sua história e crítica. Saúde debate [Internet]. 31º de maio de 2023 [citado 14º de março de 2025];42(especial 3 nov):145-57. Disponível em: https://saudeemdebate.emnuvens.com.br/sed/article/view/1125