Professoras negras na pós-graduação em saúde: entre o racismo estrutural e a feminização do cuidado
Palabras clave:
Racismo. Sexismo. Ciências da saúde. Interseccionalidade. Instituições de Ensino Superior.Resumen
A partir de referenciais do feminismo negro, da perspectiva interseccional e dos estudos étnico-raciais no Brasil, se problematizam-se o racismo e o sexismo na academia brasileira com base na caracterização e análise da presença/ausência de professoras negras em programas de pós-graduação em ciências da saúde de duas universidades federais fluminenses, UFRJ e UFF. Utilizando informações de sites de 31 programas de pós-graduação, reconstruímos quantitativamente os perfis de gênero e étnico-raciais por universidade e área de avaliação e identificamos 23 professoras negras que ocupam 26 vagas docentes. Com base em informações da Plataforma Lattes, também abordarmos longitudinalmente a dimensão de estudo. Os resultados assinalam que a presença de professoras negras é de 2% na UFRJ e 6% na UFF, que ela é maior em áreas relativas aos cuidados e inexistente em áreas de maior prestígio científico e sócio-económico, como Medicina. Constata-se o racismo como principal sistema de poder, operando no contexto institucional e disciplinar. Neste último, associado ao sexismo que determina as hierarquias de gênero nas áreas de saúde. Observa-se, também, que as desigualdades de raça se sobrepõe às de gênero no contexto desta pesquisa, confirmando o epistemicídio dos saberes negros.
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