Exposição aos agrotóxicos, condições de saúde autorreferidas e Vigilância Popular em Saúde de municípios mato-grossenses
Palavras-chave:
Nível de saúde. Agroquímicos. Vigilância Popular em Saúde. Agroindústria.Resumo
O estudo analisou o perfil sociodemográfico e condições de saúde da população residente em municípios matogrossenses entre 2016 e 2017. Trata-se de estudo quali-quantitativo de base populacional, autorreferido. Foram entrevistados moradores adultos, com base em questionário estruturado com 172 questões, referentes às informações familiares e individuais. Foram aplicados 1.379 questionários válidos, totalizando 4.778 indivíduos. A maioria referiu morar em áreas urbanas em distâncias inferiores a 1 km das áreas de lavoura (98%), baixa escolaridade (43%), renda média abaixo de 3 salários mínimos (68%) e utilizar agrotóxicos de uso doméstico (71,8%). As morbidades mais citadas foram: problemas respiratórios, intoxicações agudas, transtornos psicológicos, doenças renais e cânceres. Identificou-se subnotificação de intoxicações por agrotóxicos, de 1 para 20 casos em Campos de Júlio; 1 para 77 casos em Campo Novo do Pareces e 100% de subnotificação em Sapezal. Foram encontradas associações entre as variáveis sociodemográficas e de exposição aos agrotóxicos e as morbidades referidas, considerando o p-valor=0,005 e nível de significância de 95%. O uso crescente de agrotóxicos associado a cenários políticos e econômicos favoráveis aos interesses do agronegócio, demonstraram a necessidade de desenvolver estratégias de Vigilância Popular em Saúde, evidenciando os impactos negativos deste modelo de produção na saúde humana e ambiental.
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